Dadas as recomendações dos órgãos de saúde de todo o mundo, o consenso é simples: #fiqueemcasa. Quanto menos exposição, menor é a chance de contaminação e disseminação do coronavírus. Muitos não terão o privilégio de fazer isso. Aliás, não temos como agradecer aos médicos, enfermeiros, farmacêuticos, pesquisadores e profissionais da saúde - que estão se expondo diariamente, em plantões cada vez mais exaustivos - por todo o seu empenho (#defendaosus #eudefendoauniversidadepublica). No entanto, se você tem esse privilégio, não custa reiterar: #fiqueemcasa. Faça isso por você, pelos seus familiares e, principalmente, pelos grupos de risco.
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Dito isso, não vou me estender demais no assunto. Existem muitas fontes mais capacitadas do que eu com informações sobre a pandemia e seus números assustadores. Também existem muitas dicas do que podemos fazer em microescala para frear a disseminação do vírus e até uma ou outra imagem que aquece o coração: vizinhos fazendo compras para que os idosos não precisem sair de casa, igrejas suspendendo cerimônias e abrindo as portas para acolher moradores de rua, hotéis disponibilizando quartos onde os hospitais já não comportam os doentes, gente comprando quilos de comida e litros de álcool em gel, não para estocar, mas para distribuir. Tem coisa bonita acontecendo também - e precisamos nos lembrar disso para manter a fé em nossa humanidade (#todosportodos).
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Nos últimos dias (assim como acredito que a maior parte da população), tenho me sentido à beira de um colapso nervoso. Junta de tudo um pouco: a preocupação com amigos e parentes que estão em áreas de risco, o medo de que a pandemia seja pior do que pensamos, a raiva daqueles que continuam sendo irresponsáveis e deliberadamente egoístas. E é exatamente por isso que decidi fazer esse post.
Cada um tem um jeito diferente de lidar com a ansiedade. Yoga, faxina, meditação, séries, filmes, jogos, livros... Aliás, lembrem-se de que grande parte dos recursos responsáveis por manter a saúde mental de tanta gente durante a quarentena só existem graças aos artistas, tá ok? Não vamos nos esquecer disso quando as coisas se acalmarem (#culturaimporta). No meu caso, sempre foram os livros, as boas histórias. A literatura sempre me salvou do desespero. E foi a ela que, mais uma vez, recorri. Olhando para a estante, na última quarta-feira, acabei me decidindo meio sem pensar por um livro grosso, maravilhoso, de puro encantamento - e decidi que seria ele a me acalentar dessa vez: As 1001 noites.
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A ideia era ler sozinha, pra mim mesma, no meu quarto; mas diante de tanta gente tão desesperada quanto eu (ou, é claro, em situações infinitamente piores do que a minha), decidi fazer o que (acho) que sempre fiz de melhor: contar histórias. Dividir o que me encanta. E foi por isso que hoje, no #diadocontadordehistorias, tomei a decisão de deixar de lado o medo das câmeras (nossos medos cotidianos ficaram subitamente tão bobos, não é?) e começar um novo projeto por aqui. A partir de hoje, todas as segundas, quartas e sextas, pontualmente às 18:00, com ou sem público, irei postar vídeos contando as histórias de Sherazade no canal do Recanto da Prosa, no Youtube.
É pouco. Eu sei. É quase nada. Mas é o que sei fazer. É o que posso fazer nessas circunstâncias para manter a calma (#naquarentenaeu). Espero que esse projeto faça algo por você também, que você se permita uma brecha, uma breve suspensão do medo... e que encontre um pouco de encantamento no meio de tudo isso.
Se cuidem, lavem as mãos, fiquem em casa. Estamos separados, mas juntos nessa. <3
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