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RECANTO DA PROSA

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Foto do escritorAline Caixeta Rodrigues

#TBT de projetos - Escrevendo Crônicas com Clarice Lispector



Dando continuidade à abertura de quadros para o BEDA, trago hoje o primeiro TBT de projetos literários. Assim como nas segundas-feiras (dia em que me propus a falar de projetos em andamento), a ideia aqui é compartilhar dicas e experiências para ajudar quem porventura esteja gestando ou conduzindo algum projeto por aí, com a diferença de que no caso das quintas-feiras, minha ideia é falar dos que já foram concluídos.


O projeto que venho recordar hoje foi um dos mais interessantes e desafiadores que já fiz, pois foi o primeiro em que ministrei um curso online em formato gravado. Os resultados foram infinitamente superiores ao que eu esperava e me abriram portas para novas oportunidades, tais como outros minicursos gravados, novas parcerias e comprovação de atuação cultural para novos projetos.


Mas estou me adiantando e só agora percebi que ainda não falei sobre o projeto em si. Em julho do ano passado, em homenagem ao centenário de Clarice Lispector, me inscrevi em um edital cultural da minha cidade e propus um projeto de um minicurso de escrita de crônicas, com seis aulas de 15 minutos, voltado para escritores iniciantes que quisessem conhecer um pouco mais do gênero e/ou da autora - tão conhecida por seus romances e contos, mas tão menos conhecida por seu lado cronista - e que quisessem compartilhar seus textos comigo e com os colegas.


Daí que hoje, trago este post em especial para educadores, produtores de conteúdo ou pessoas que estejam pensando em escrever um projeto cultural. E para tanto, decidi elencar três tópicos a partir de questões que foram relevantes para a realização do Escrevendo Crônicas com Clarice Lispector (que, aliás, continua disponível no canal do Recanto da Prosa no Youtube). Vamos lá?


Como me inscrever em um edital cultural?

Aqui, a primeira dica é ficar de olho em páginas, perfis, sites e canais de organizações culturais, sejam elas públicas ou privadas. Vale assinar newsletter, colocar lembrete no celular para checar seus sites de interesse, seguir perfis nas redes sociais, enfim. O importante é se manter antenado e ter ao menos um esboço do projeto em mente, porque os editais culturais costumam abrir prazos um pouco apertados. (O mesmo vale para concursos literários). Daí não tem jeito, o negócio é ler os editais com marca-texto na mão, prestando bastante atenção às condições de participação, orientações para a escrita do projeto, documentos necessários para a inscrição, critérios de seleção, prazos e cláusulas legais. Nessas horas, se for preciso, vale consultar quem tem experiência na área.


Como delinear um plano de execução do projeto?

Antes de mais nada, é indispensável escolher um tema que: (a) você conheça bem e tenha propriedade para conduzir; (b) seja de fato do seu interesse; (c) seja relevante a nível de sociedade (os editais valorizam bastante a projeção de resultados esperados e contrapartidas sociais). Daí é quebrar em pequenas partes, né? Para isso, costumo pensar em Pré-produção; Produção; Execução; Divulgação/Distribuição; e Análise de Resultados. No caso do Escrevendo Crônicas com Clarice Lispector, após a aprovação do projeto, a Pré-produção consistiu no desenho do conteúdo de cada aula, na seleção de textos e imagens que seriam utilizados nas aulas e na proposta de atividades que seriam sugeridas. Passando para a Produção, este foi o momento de fazer os slides das aulas, gravar cada uma delas, editar e fazer também as artes para a divulgação. Aqui, aproveitei para já fazer os uploads dos vídeos no canal e deixar tudo agendado para as datas de postagem, de modo a evitar imprevistos que desorganizassem o calendário previsto. A Execução foi o período compreendido entre a primeira e a última aula, no qual estive disponível para responder dúvidas, interagir com os participantes e analisar seus exercícios - tudo em simultaneidade com a Divulgação do minicurso, que fiz principalmente pelo blog, pela newsletter e pelo Instagram. Por fim, veio a Análise dos Resultados. A maior parte dos editais exige uma prestação de contas, mas mesmo quando não é exigido, gosto de avaliar o que funcionou (ou não) e registrar meus aprendizados. Pode parecer uma etapa chata, mas é super importante.


No caso de um minicurso online, como desenhar as aulas?

O importante aqui é pensar nas especificidades, limitações e potenciais do canal que será utilizado; além de ter clareza de quem é o seu público-alvo. Para essa última, existem muitos exercícios de construção de persona por aí, que irão te ajudar a definir o perfil ideal de quem você gostaria que acessasse o seu conteúdo - e direcionar a sua divulgação para essas pessoas. Quanto ao canal, um dos maiores diferenciais para o engajamento dos participantes talvez seja o tempo das aulas. Via de regra, as pessoas preferem aulas curtas, objetivas, com muitos exemplos e a possibilidade de interação com colegas e ministrante do curso (para isso, usei um grupo fechado no Facebook); que possam ser assistidas em qualquer horário e que tenham variações no formato de apresentação do conteúdo: imagens, textos breves, gráficos, fluxogramas e - principalmente - a sua cara na tela. Não adianta. Pessoas se conectam com pessoas, não com slides. E como as aulas precisavam ser curtas, escolhi apenas um tema central para cada uma.


Então é isso, pessoal. Espero ter ajudado. Para mais referências - e caso você queira se aventurar pela escrita de crônicas - não deixe de assistir ao minicurso Escrevendo Crônicas com Clarice Lispector. De verdade, fiquei bem orgulhosa dele, muito satisfeita com os resultados, e extremamente grata a todas e todos os que participaram. Mesmo que tenha sido uma contribuição pequena como uma crônica, senti que esse minicurso trouxe contribuições a algumas pessoas - e essa é uma alegria que não tem preço.



1 Comment


anacarolinaffran
anacarolinaffran
Aug 06, 2021

Esse minicurso foi um divisor de águas pra mim em vários aspectos. Primeiro, acho legal contar que o fiz nas férias de julho de 2020 e eu, via de regra, não gosto de fazer cursos em férias. Mas esse foi diferente, porque houve muita fruição artística (mesmo tendo sido um minicurso). Depois das aulas, passei a ler mais crônicas e, principalmente, me descobri cronista. De verdade, acho que você pode investir nesse "produto", porque você manda MUITO bem! Aulas curtas, impactantes e atrativas, muito conteúdo entregue de forma didática e, principalmente, é inspirador!

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