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RECANTO DA PROSA

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7 livros para comemorar o dia dos namorados



"Uma história de amor romântico que não seja clichê": esse foi o tema do último exercício da oficina de contos que estou fazendo com o professor Assis Brasil; e na hora não me dei conta do grau de dificuldade da proposta. Ora, uma história de amor, coisa simples.


Negócio é que já faz quatro dias que estou quebrando cabeça com isso e não sei por onde começar. Por isso decidi dar uma olhada nos meus livros em busca de alguma inspiração, e embora continue sem ideias, descobri algumas coisas interessantes e acabei me decidindo a fazer este post. Descobri, por exemplo, que tenho muito mais livros sobre desilusões e desencontros do que sobre histórias de amor - e que mesmo essas são de amores confusos, doentes ou destrutivos (beijos, Heathcliff). Tentei buscar refúgio nos infantis, mas nem ali encontrei muitos "felizes para sempre".


Não sou nem nunca fui romântica, mas me entristeceu um pouco pensar no quão cética acabei me tornando em relação às histórias de amor (e digo "amor" me referindo ao amor romântico, pra deixar claro). Quando foi que parei de ler histórias assim? E por quê? Só aí já teríamos material pra duas horas de terapia, mas como esse não é o objetivo do post, deixo a provocação pra vocês e volto ao tema central deste texto, que é nada mais, nada menos, que uma lista - talvez a lista mais doce que já postei por aqui - de 7 livros que mexeram comigo, sobre o amor. Os critérios foram basicamente dois: a variedade de faixa etária e de gênero textual. Espero que encontre alguma inspiração aí embaixo.


1. Uma pergunta tão delicada, Leen Van Den Berg e Kaatje Vermeire [infantojuvenil]

Pensando em faixa etária, começo por um infantil. E é aquela história, né: um livro infantil só será um bom livro infantil se for também um bom livro para adultos. Literatura de boa qualidade é literatura de boa qualidade, independentemente do público-leitor. E este é, sem dúvida, um livro de excelente qualidade. O enredo é mínimo: o elefante tem uma pergunta delicada a fazer e todos se reúnem para procurar a resposta: "Como é que você sabe se está apaixonado por alguém?". As respostas são múltiplas, cômicas, singelas e, no fim, o livro deixa a questão pairando no ar. Ah! E não dá pra deixar de exaltar as ilustrações e o projeto gráfico. É pra aplaudir de pé.


2. Céu sem estrelas, Iris Figueiredo [YA]

Seguindo para a literatura voltada para adolescentes e jovens adultos, trago uma autora nacional, que além de contar uma linda história de amor romântico, traz de quebra uma série de discussões sobre amizade, autoconfiança, gordofobia, saúde mental e amor próprio. A personagem central é Cecília, uma garota que acabou de completar dezoito anos, desempregada e em conflito com a mãe, que precisa enfrentar uma árdua batalha interior para vencer suas inseguranças em relação ao próprio corpo e se deixar ser amada. Ponto pra literatura YA nacional!



3. A palavra que resta, Stênio Gardel [romance contemporâneo]

Chegando agora aos romances adultos, começo com um autor nacional contemporâneo (leiam literatura nacional contemporânea!) que não só tem uma intensa história de amor pra contar, como o faz com uma linguagem que é de tirar o chapéu. Não vou me estender muito neste tópico porque temos uma resenha completa aqui no blog, mas resumindo o enredo, o livro nos conta a história de Raimundo, um homem que aos 70 anos decide aprender a ler para abrir uma carta, guardada há mais de 50 anos, que recebeu de Cícero: seu primeiro e grande amor, cuja relação foi brutalmente interrompida. Só a premissa da narrativa já é motivo suficiente pra leitura, não acha?


4. Orgulho e preconceito, Jane Austen [romance clássico]

Dos contemporâneos, vamos agora aos clássicos. Se você ainda não leu Jane Austen, trago novidades: você precisa ler Jane Austen. Sério. Neste tópico, fiquei dividida entre indicar Orgulho e preconceito ou O morro dos ventos uivantes (de Emily Brontë), que amo de paixão; mas como eu disse ali em cima, optei por focar em histórias de amor neste post e, bom... não sei ao certo se dá pra chamar aquela insanidade toda entre Catherine e Heathcliff de amor. Acho que, de um jeito bizarro e doente, dá. Mas na dúvida, ficamos com Elizabeth e o Sr. Darcy. Podem me dizer que é brega, que é clichê, que é previsível... nem ligo. Minha casa e eu pregamos a palavra de Austen.



5. Cantos do pássaro encantado, Rubem Alves [crônicas]

Saindo dos romances, é hora de indicar um livro de crônicas e esse é de chorar. Literalmente. Topei com ele numa feira literária (a Flipoços) e abri só de curiosidade porque achei a capa bonita. Daí sabe quando um livro te pega a ponto de toda a realidade imediata se tornar silenciosa e secundária? Pois é. Foi isso. Terminei a primeira crônica sem me dar conta do caos da feira ao meu redor, chorando e sorrindo ao mesmo tempo, toda clichêzona (eu, não o livro), e obviamente corri para o caixa. Cantos do pássaro encantado é um livro sobre o amor, em todas as suas fases, sobre esperança, fim e recomeço.


6. Mais de 100 histórias maravilhosas, Marina Colasanti [contos]

São contos de fadas? Sim. Mas para adultos? Sim e não. As crianças gostam (sei disso porque já trabalhei com esse livro em oficinas para crianças), mas sinto que os contos de Marina Colasanti são muito mais impactantes para adultos. Segundo a própria autora, eles falam diretamente do e ao inconsciente, o que faz dessa leitura um mergulho profundo no mais misterioso que há em nós. Muitos dos contos reunidos nessa coletânea falam de amor, em suas infinitas formas e possibilidades, com direito tanto a rupturas quanto ao "felizes para sempre" - e todos com a maestria dessa autora consagrada na literatura nacional.


7. Música para morrer de amor, Rafael Gomes [roteiro para teatro/cinema]

E não, não estou indicando apenas porque trabalhei nesse livro e, inevitavelmente, tenho muito carinho por ele, mas porque foi prazeroso trabalhar nele. Além de ser uma "aula de transposição entre linguagens" - como bem disse o prefaciador Vinicius Calderoni, referindo-se ao fato de que temos no livro: o roteiro da peça; o roteiro do filme; mais de 150 (!) notas sobre o processo de adaptação dos palcos às telas; playlists, fotos, rascunhos etc. - o que mais me chamou a atenção foi a coragem do autor em assumir todos os clichês do amor passional e pôr tudo em cena para contar as tragédias das paixões não correspondidas de Isabela, Ricardo e Felipe. Pois afinal, quem nunca teve um coração partido?



E pronto! Livros pra todos os gostos, gêneros e idades. Chego ao fim deste post com o coração quentinho e vontade de reler todas essas histórias de amor. Quem sabe assim não consigo escrever alguma coisa, não é?

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